Quem cuida dos nossos idosos?
- alexandre6504
- 14 de mai.
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As estatísticas do IBGE informam que o número de idosos dobrou nos últimos 25 anos e a estimativa é que em 2025 seremos 31,8 milhões de pessoas com mais de 60 anos, representando 15% da população brasileira. Essa realidade é referente ao aumento da expectativa de vida, fruto das melhores condições de vida do desenvolvimento social e dos benefícios da evolução médica.
O que ocorre é que, por mais que as pessoas estejam vivendo mais, continuam ocorrendo as eventuais dificuldades e necessidades especiais referentes ao envelhecer. Tradicionalmente cuidar dos idosos era e ainda é, em muitos casos, realizado nas famílias. No entanto, as mudanças sociais exigem a participação da mulher e demais membros produtivos da família no mercado de trabalho. Também tem ocorrido a diminuição do número de filhos por família e, estes fatores, geram uma não disponibilidade de parentes para cuidar dos idosos dependentes.
Com isso as famílias começaram a buscar pessoas leigas (cuidadores) que se disponham a executar essas tarefas. Normalmente alguém na família assume a maior arte do cuidado com a ajuda do cuidador.. Como podemos nos adaptar para conviver com essa “nova” realidade social? Como adaptarmos para conviver com as diferentes demandas dos nossos entes queridos?
A mulher, normalmente, assume a função de educar e cuidar devido ao seu papel natural de gerar, criar, nutrir e cuidar. E assim, é comum a mulher conservar a sua função no cuidado do idoso. Porém, dificilmente assume que é um cuidador, pois acha que cuidar de alguém que se ama não é uma tarefa, mas sim, algo natural. Ser um cuidador, entretanto, requer aprendizado e adaptação. Cuidador de idosos é uma profissão reconhecida e inserida na Classificação Brasileira de Ocupações do Ministério do Trabalho e Emprego do Brasil com o Código 5162-10 (Cuidador de pessoas idosas e dependentes e Cuidador de idosos institucional).
Esta capacitação também é exigida dos profissionais que trabalham em instituições que cuidam de idosos. O cuidador é peça fundamental na difícil tarefa de proporcionar um envelhecimento mais saudável e com menor sensação de desamparo. E, só o trabalho, só o ato de zelar, não faz um cuidador. É necessária a união do trabalho com a disponibilidade e capacidade de ouvir o outro, sem tirar do outro a capacidade de sentir-se com autonomia e independência.
Alexandre Avellar Alves
Especialista em Geriatria e Medicina Interna

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