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Geriatria: o que trata esta especialidade médica?

  • alexandre6504
  • 14 de mai.
  • 3 min de leitura

Os objetivos da medicina geriátrica são a prevenção e o tratamento das doenças próprias do indivíduo que envelhece, aliados à busca da autonomia e da máxima funcionalidade. Daí ser fundamental estabelecer os limites entre o envelhecimento normal e o que deve ser considerado como enfermidade. Entende-se como autonomia a capacidade individual de se decidir e gerir a própria vida, enquanto a funcionalidade diz respeito à capacidade de executarmos as tarefas de vida diária, sejam elas as mais elementares ou as mais complexas.



A rigor, não há idade que delimite o início do envelhecimento, uma vez que este processo é intrínseco e individual; entretanto, boa parte das alterações indicativas de redução da reserva funcional biológica, do “desgaste orgânico”, ocorrem a partir da terceira década de vida. A despeito desse fenômeno, universal a todas as formas de vida, isso não implica necessariamente na ocorrência de doenças. Basta observar o progressivo aumento na expectativa de vida da espécie humana em todo o planeta, que aliado a redução da natalidade, transforma progressivamente o perfil de nossa população. É cada vez maior o contingente de pessoas com oitenta anos ou mais – que é o que mais cresce em nossa sociedade – em sua maioria saudável, produtivo e dono do próprio destino.



Em contrapartida, cresce também a ocorrência das doenças degenerativas, próprias de quem envelhece, que não nos coloca em risco iminente de morte, porém podem afetar nossa qualidade de vida. Exemplos mais comuns são as doenças cerebrais (demências de Alzheimer e outras, doença de Parkinson e as sequelas dos AVCs ou “derrames”), doenças cardiovasculares (hipertensão, insuficiência cardíaca, insuficiência coronariana, doenças circulatórias periféricas), doenças pulmonares (doença pulmonar obstrutiva crônica), doenças digestivas (refluxo gastroesofágico, doença diverticular e polipose do cólon), doenças das vias urinárias (infecções de repetição, incontinência urinária, hipertrofia prostática), doenças ósseas e articulares (osteoporose, osteoartrose), doenças metabólicas (elevação do colesterol, diabetes, hipotireoidismo, osteomalácia), doenças dos sentidos (catarata, glaucoma, surdez), doenças psiquiátricas (depressão, ansiedade) e as doenças neoplásicas ou cânceres (da mama, da tireoide, digestivos e de próstata).



Vale lembrar que a apresentação dos sintomas em idosos nem sempre é aquela conhecida em adultos jovens, o que pode dificultar ou retardar o diagnóstico de condições agudas que exigem tratamento mais imediato. Como exemplo, não é raro um idoso previamente saudável desenvolver uma doença infecciosa aguda e apresentar-se, em algumas horas, delirante, confuso, desidratado e sem febre. Noutra vertente, alguns sintomas, sinais e alterações laboratoriais que em jovens podem ser considerados importantes, quando presentes nos mais velhos podem fazer parte do processo natural da senescência e não exigem qualquer intervenção.



Outro importante papel da Geriatria é gerenciar o tratamento do paciente idoso, especialmente do mais frágil, que frequentemente é usuário de diversos medicamentos e apresenta limitações no autocuidado. Risco de quedas, instabilidade postural, perda involuntária de urina e acamamento excessivo são importantes sinais de alerta. Nesse caso, ajuste das doses das medicações, suspensão de tratamentos não prioritários e organização da reabilitação físico-funcional passam a ser a prioridade. Muitos dos idosos frágeis necessitarão, em algum momento, apenas do conforto do cuidado paliativo, quando familiares e profissionais que cuidam passarão a desejar nada além de um tratamento digno e indolor para seus entes queridos e pacientes. A compreensão dos limites impostos pela natureza da doença e a certeza de que o sofrimento mínimo pode ser alcançado aliviam significativamente o sofrimento de todos os envolvidos.



O Médico Geriatra deve possuir formação mínima de quatro anos após o curso básico de Medicina, quando então estará habilitado pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia a exercer a especialidade. É imprescindível que o geriatra tenha recebido treinamento básico em Clínica Médica por pelo menos dois anos, já que seu universo de ação não se restringe apenas a um aparelho ou sistema orgânico.


Assim, nesse século que se inicia de “cabelos brancos”, se inserem a Geriatria e a Gerontologia, destinadas a garantir uma velhice com qualidade, prazer e satisfação pessoal, a despeito de alguns inevitáveis constrangimentos que o passar dos anos possam trazer.



Alexandre Avellar Alves

Especialista em Geriatria e Medicina Interna



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